De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a saúde mental pode ser definida como “um estado de bem-estar em que cada indivíduo realiza o seu próprio potencial, consegue lidar com os desafios normais da vida, consegue trabalhar de forma produtiva e frutífera e é capaz de contribuir para a sua comunidade”.
O desgaste físico e emocional inerente às profissões na área da saúde, poderá a longo prazo impactar de forma significativa a sua saúde, qualidade de vida e consequente desempenho nas suas funções. Para os profissionais de saúde, que enfrentam diariamente no seu contexto de trabalho situações que potencialmente envolvem risco, insegurança e desafios constantes, é de extrema importância agir preventivamente na promoção da saúde física e mental dos mesmos.
Neste sentido, o autocuidado é fundamental, no que respeita à promoção de comportamentos potenciadores do bem-estar físico e emocional do indivíduo, ao nível da prevenção, manutenção e/ou reparação dos mesmos. O desenvolvimento destas práticas promoverá resultados positivos na vida pessoal e profissional, assim como atuará de forma preventiva e também resolutiva de situações potencialmente mais difíceis de gerir.
Antes de mais, é importante estar atento a possíveis sinais, como sentir-se mais isolado, desconcentrado, irritar-se com mais facilidade ou a existência de queixas físicas. Procure também pensar em si, do que gosta, do que acha que precisava e que o ajudaria. Em suma, procure perceber, atender e aceitar as suas necessidades.
Ainda antes do cuidar do outro, é importante que o profissional de saúde comece por cuidar de si próprio para o poder fazer. Potenciar hábitos de vida saudáveis, nomeadamente ao nível da alimentação, exercício físico e o sono, assim como envolver-se em atividades prazerosas, passar tempo em família e ter passatempos, em suma, trabalhar em si.
É fundamental que o profissional de saúde reconheça os seus limites assim como as suas dificuldades, procurando estabelecer regras tendo em conta aquelas que são as suas necessidades e as suas responsabilidades. O estabelecimento de limites entre aquilo que é a vida pessoal e profissional nem sempre é uma tarefa simples para os profissionais de saúde, mas que é importante que exista, de forma a prevenir futuros estados de exaustão física e emocional. Um contexto laboral em que os profissionais se sintam suportados e validados, constitui igualmente um fator facilitador da expressividade, partilha e consequente bem-estar.
Os colegas, amigos, familiares e a ajuda profissional, quando necessária, são fontes de apoio e suporte imprescindíveis e fundamentais para o nosso bem-estar.