Num período em que as festividades se tornam presentes, vimos reforçar a importância da reflexão sobre as suas particularidades e respetivo impacto na nossa saúde psicológica.
Em particular, a vivência do Natal e do Fim do Ano constituem momentos de análise introspectiva, nos quais se pondera o que é esperado sentir, se faz um balanço do que aconteceu ao longo do ano, questionando-se conquistas, perdas ou planos futuros.
A vivência desta época do ano revela-se um desafio à capacidade de regulação emocional. Com frequência somos levados pela envolvência e pressão gerada pela sociedade (luzes, músicas, presentes), pelos reencontros, pelas ausências relembradas, pela memória de momentos importantes da nossa vida, que podem desencadear diferentes sintomas desagradáveis.
O nível de importância que esta época assume para cada pessoa é diferente, o que pode refletir, por um lado, a vivência de sensações agradáveis (alegria, tempo de qualidade em família/amigos, partilha) e, por outro lado, de sensações desagradáveis, como por exemplo: tristeza, ansiedade, desconforto, solidão, zanga, saudade, culpa, sobrecarga, desilusão, frustração, melancolia, entre outros.
A nossa saúde psicológica pode ser influenciada quando:
- não nos identificamos com esta época do ano, ou coincide com acontecimentos stressantes;
- estamos longe de pessoas importantes para nós;
- somos forçados a conviver com pessoas com as quais se tem uma relação difícil;
- relembramos memórias difíceis e surgem preocupações em relação ao novo ano.
Neste sentido, pretendemos reforçar o seguinte:
- Valorizar o que é realmente importante para si;
- Reconhecer e aceitar as suas necessidades e sentimentos: os seus sentimentos são válidos, está a fazer o melhor que consegue com as circunstâncias que tem;
- Reconhecer e respeitar os seus limites: mais do que corresponder ao que esperam de si, ser fiel a si próprio;
- Promover uma prática de autocuidado: incluir atividades que lhe fazem bem;
- Evitar comparações: as redes sociais podem alimentar sensações desagradáveis em relação a si próprio e a este período;
- Gerir relações, conflitos e expectativas: se há pessoas que não lhe estão a fazer bem nesta altura do ano, pensar em formas de manter a distância e evitar conflitos.
Cuidar de si e do seu bem-estar psicológico deve ser a sua maior prioridade, independentemente da época do ano.
O maior presente que precisamos é a Empatia uns pelos outros, a ausência de julgamento e o acolhimento das nossas escolhas e necessidades.