Estimulação Sensorial vs Integração Sensorial
A Estimulação Sensorial consiste na exploração dos estímulos sensoriais de forma isolada, sendo de EXTREMA importância no desenvolvimento da criança.

A Estimulação Sensorial consiste na exploração dos estímulos sensoriais de forma isolada, sendo de extrema importância no desenvolvimento da criança porque é através dos sentidos que estas conhecem o mundo tal e qual como é, e desenvolvem competências essenciais às aprendizagens (p.e. aprendizagem da escrita, da matemática, o desenvolvimento da coordenação motora, da atenção, do equilíbrio, da memória, da criatividade e na interação social).
Esta pode ser realizada através do enriquecimento do ambiente e da regulação sensorial/multissensorial.
O ensino multissensorial facilita a aprendizagem e dá uma imagem mais completa e detalhada do conceito a ser aprendido. O cérebro organiza informação através de pistas sensoriais. As pistas sensoriais permitem que a informação seja aprendida mais rapidamente e relembrada com mais precisão (Pinto, 2021).
Tem como objetivo principal promover o relaxamento e o bem-estar, não implica a participação ativa da criança, assim como a integração das sensações e as alterações a nível neurológico para gerar uma resposta adaptativa.
A Integração Sensorial de Ayres é um processo em que o cérebro organiza a sensação do nosso próprio corpo e do ambiente e torna possível usar o corpo de forma eficaz no ambiente. O cérebro interpreta, associa e unifica todas estas sensações, sabendo o que fazer com elas (p.ex. “descer um passeio”) bem como saber como fazê-lo (i.e., mover uma perna para a frente para dar um passo para baixo”). Também inclui saber como organizar isto tudo para aquilo a que Ayres chamou “atividade com propósito” (i.e., “para atravessar a rua é preciso primeiro um passo em frente para descer o passeio”).
A Integração Sensorial:
- É um processo inconsciente do nosso cérebro (ocorre sem pensarmos nisso, tal como respirar);
- Organiza a informação detetada pelos sentidos (visão, audição, toque, cheiro, movimento, gravidade e posição no espaço);
- Dá significado ao que é experienciado, filtrando toda a informação e selecionando aquilo em que nos devemos focar (como ouvir o professor e ignorar o barulho do trânsito do exterior);
- Permite-nos agir ou responder à situação que estamos a experienciar de uma forma intencional e com propósito (conhecido como resposta adaptativa);
- Constitui a base fundamental para a aprendizagem académica e comportamento social.
Através deste processo neurobiológico é possível compreender o corpo, ambiente que nos rodeia e todos os estímulos exteriores, permitindo aprendizagens através deles. Assim, é possível conectar corpo e mente.
Um défice na capacidade de uma pessoa em envolver-se eficazmente no ambiente em que está inserido, interfere com um ótimo desenvolvimento cerebral e consequente capacidade geral. A disfunção de integração sensorial pode interferir diretamente no processo de aprendizagem, causando dificuldades comportamentais com consequência no desempenho da criança no seu dia a dia.
A criança com Disfunção na Integração Sensorial pode apresentar vários sinais tais como:
- Não gosta de ser tocado ou procura constantemente o toque;
- Está sempre em movimento/ tem dificuldade em manter-se sentado ou focar a atenção;
- Corre demasiados riscos indo contra objetos por exemplo;
- Tapa os ouvidos, grita ou chora quando existe muito barulho;
- Só gosta de atividades com movimento ou não as tolera;
- Mostra pouca ou nenhuma reação a estímulos, incluindo à dor, extremo calor ou frio, ou pelo contrário, reage demasiado;
- Come uma reduzida variedade de alimentos, não gosta da textura e/ou consistências de determinados alimentos;
- Chora ou fica incomodado com as etiquetas ou a textura da roupa.
Para que a criança com disfunção na integração sensorial consiga ter sucesso nas suas ocupações do seu dia-a-dia, é essencial uma avaliação o mais precocemente possível e a intervenção de um Terapeuta Ocupacional.