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Setembro Amarelo - Mês da Prevenção do Suicídio

Mariana Tomé • 10 de setembro de 2023

A cada 40 segundos ocorre uma morte por suicídio.

O suicídio é, atualmente, uma das causas de morte mais comuns a nível mundial.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 700 000 de pessoas cometem suicídio a cada ano, sendo a quarta maior causa de morte em jovens entre os 15 e os 29 anos.

Perante estes números, e neste mês amarelo, torna-se essencial abordar este tema tão importante.


O suicídio está altamente relacionado com as perturbações de saúde mental, tal como descrito e fundamentado na literatura científica. Além disso, a vivência de diversas situações parece também contribuir como fator de risco para o comportamento suicidário (conflitos, violência, abusos, desastres, discriminação, etc.). Contudo, este pode surgir espontânea e impulsivamente em qualquer altura da vida, perante situações causadoras de stress, como problemas financeiros ou relacionais, doenças agudas ou crónicas.


As pessoas que tentam pôr fim à vida tendem a ter pensamentos e desabafos constantes de falta de esperança ou sentido da vida; apresentam alterações do humor frequentes; procuram desapegar-se das pessoas e objetos, como despedida e aceitação do fim da vida; têm comportamentos irresponsáveis e perigosos ignorando as consequências negativas que podem advir; podem avisar, indiretamente, a intenção de pôr fim à vida com comentários como “não vale a pena viver”, “preferia morrer” ou “um dia vais sentir a minha falta”.


Alguns sinais de alerta:

  • Afastar-se dos amigos e/ou atividades sociais;
  • Perder o interesse em hobbies, no trabalho, na escola ou outras atividades quotidianas;
  • Prejuízo no desempenho profissional/académico;
  • Incapacidade de assumir responsabilidade;
  • Apresentar um estado emocional instável (agitação, irritabilidade, ansiedade, tristeza, descontrolo, agressividade);
  • Falar sobre a morte;
  • Falta de esperança e comentários negativos sobre o futuro;
  • Ter um plano estruturado para o suicídio;
  • Aceitar e preparar a morte, escrevendo cartas de despedida, testamentos, etc.;
  • Tentativas anteriores de suicídio.


Segundo a OMS, 80% dos casos de suicídio podem ser evitados e um dos principais meios de prevenção é o diálogo.


É importante realçar que diversas medidas podem ser levadas a cabo para a prevenção do comportamento suicidário, entre elas:

  • Limitar o acesso aos meios que potenciem o suicídio (como certas medicações, armas de fogo, etc.);
  • Contactar com os media para uma abordagem realista e responsável ao suicídio;
  • Promover o desenvolvimento de competências socioemocionais (estratégias de coping para lidar com eventos stressores de vida);
  • Identificar, avaliar e intervir precocemente, a par de um follow-up eficaz de situações de ideação suicida e/ou tentativas de suicídio.


O estigma e o tabu são a maior barreira na prevenção do suicídio nos dias de hoje.

Infelizmente, o estigma que existe ainda em volta da saúde mental e do comportamento suicidário leva a que a maioria das pessoas que pensa e/ou tenta cometer suicídio não procure e não receba a ajuda de que necessita. O medo, o preconceito e até o desconhecimento sobre o assunto fazem do suicídio um mal silencioso, uma vez que a pessoa tenta não transparecer o seu sofrimento.


A não consciencialização do suicídio como um problema de saúde pública impede uma prevenção eficaz dos comportamentos suicidários. Poucos são os países que atualmente levam a cabo medidas de prevenção do suicídio e apenas 38 países (à escala mundial) reportam estratégias nacionais de prevenção ao suicídio.


A prevenção do suicídio deve ser responsabilidade comum, procurando chegar a todos os que possam estar numa fase de maior fragilidade. Deve ser uma preocupação individual, estando atentos ao que nos diz o nosso corpo, mas deve ser também uma responsabilidade das famílias, escolas, organizações e sociedades estar atento ao outro.


Dada a imprevisibilidade de determinados acontecimentos e a consciência de que pode afetar a qualquer um, é importante combater este estigma e trazer esta temática ao quotidiano da sociedade. Só com o conhecimento dos fatores de risco e dos sinais de alerta conseguimos estar conscientes, tanto de nós como dos outros.

Por isso faz a tua parte, abraça esta temática, não tenhas medos nem receios de explorar e falar sobre o assunto e fica atento aos que te rodeiam. Se conheces alguém que possa estar a ter dificuldades em lidar com alguma situação e/ou que demonstre alguns sinais de alerta que te preocupam, oferece a tua ajuda e salienta a importância de pedir ajuda. Mas não te esqueças de estar atento a ti próprio também e nunca hesites em pedir ajuda quando sentires que estás a perder o controlo.


Cuida de ti e da tua saúde mental, pede ajuda!


Consulte e partilhe a brochura do Centro de Apoio Psicológico e Intervenção em Crise (CAPIC) do INEM sobre a prevenção do suicídio em www.inem.pt/wp-content/uploads/2017/06/06-Suicídio.pdf


Contactos / Linhas de Apoio

SOS VOZ AMIGA – 800 209 899; 213 544 545; 91 802 669

LINHA JOVEM – 800 208 020 (todos os dias, das 9h às 18h)

LINHA SOS BULLYING – 808 962 006 (2ª a 6ª feira, das 11h–12h30 e das 18h30–20h)

LINHA SOS ESTUDANTE – 969 554 545 ou 808 200 204 (das 20h às 1h)

LINHA SOS ADOLESCENTE – 800 202 484

CONVERSA AMIGA – 808 237 327 (todos os dias, das 15h às 22h)

APAV, ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE APOIO À VÍTIMA – 707 200 077

APOIO PSICOLÓGICO SNS24 - 808 24 24 24 (24h por dia)

TELEFONE DA AMIZADE - 228 323 535

VOZES AMIGAS DE ESPERANÇA DE PORTUGAL - 22 020 707 (todos os dias entre as 16h e as 22h)


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