Esta consiste num medo irracional e excessivo de situações sociais em que o indivíduo prevê uma avaliação negativa por terceiros. A pessoa tem a crença cognitiva (desajustada) de que irá ser envergonhada, humilhada, ofendida e rejeitada pelos outros.
O DSM-5 (Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais) apresenta como critérios para o diagnóstico de Perturbação de Ansiedade Social:
No fundo, a pessoa acaba por atender seletivamente às reações negativas que os outros têm, levando à confirmação das suas crenças de que é socialmente incompetente e de que foi avaliada negativamente mais uma vez. Esta interpretação incorreta conduz ao evitamento de interações sociais, uma vez que sozinhos não têm a preocupação de serem avaliados.
A Perturbação de Ansiedade Social é mais prevalente em raparigas, sendo mais visível esta diferença durante a infância e adolescência. Esta desenvolve-se, geralmente, no início da adolescência e cerca de 13% da população em geral apresenta critérios para o diagnóstico alguma vez na vida.
Em crianças, a ansiedade pode manifestar-se na interação tanto com os pares como com adultos e pode ser expressa através de birras, choro, imobilidade, colar-se aos outros ou incapacidade de falar. Adolescentes com Ansiedade Social têm, geralmente, poucos amigos, participam em poucas atividades extracurriculares e comumente apresentam insucesso escolar. São indivíduos tímidos e menos abertos a conversas, que na entrada na vida adulta tendem a procurar empregos que exijam pouco contacto social ou até a passar a maioria do tempo em casa.
Os adolescentes manifestam maior medo e receio em relações, nomeadamente namoros, apresentando maiores níveis ansiedade em situações mais específicas e, com o avançar da idade, vão passando a demonstrar menos sintomas de ansiedade, mas num maior número de situações. Com o avançar da idade e o declínio do funcionamento sensorial, as mudanças físicas e a condição médica, a Ansiedade Social mantém-se e pode inclusive aumentar. Em adultos, o diagnóstico desta patologia torna-se mais complicado devido a fatores como o foco em sintomas somáticos, outras doenças em comorbilidade (patologia que se desenvolve num indivíduo em simultâneo com outra preexistente), limitação da perceção, alterações no ambiente e papéis sociais, etc.
Algumas situações que podem desencadear e/ou intensificar os sintomas de Ansiedade Social são:
Sim, a intervenção psicológica é essencial para um prognóstico positivo e a melhoria da qualidade de vida da pessoa com Ansiedade Social. Mas não, a pessoa não deixa totalmente de sentir ansiedade em situações sociais. O principal objetivo terapêutico é ajudar a pessoa a compreender o seu quadro, identificar padrões de pensamento e comportamentos que podem desencadear a sua ansiedade, bem como promover a aquisição e desenvolvimento de competências e estratégias, ajustando os padrões de pensamento e modificando a sua resposta comportamental.