Estudos indicam que pessoas com PEA podem ter uma capacidade auditiva focal, o que explica a capacidade de alguns indivíduos em tocar e compreender música complexa, mas sem captar nuances emocionais. Este processamento pode ser influenciado pelo crescimento precoce do cérebro, resultando em diferenças anatómicas que afetam a transmissão de informações no cérebro.
Alterações em regiões específicas, como o cerebelo e o córtex orbitofrontal, afetam funções cognitivas, emocionais e rítmicas. O cerebelo, por exemplo, influencia a percepção rítmica e a expressão emocional. Já o córtex orbitofrontal está ligado à compreensão musical e ao prazer associado à música.
O núcleo caudado, que libera dopamina, também está envolvido no prazer musical, o que sugere o uso da música para melhorar habilidades socioemocionais e reduzir comportamentos repetitivos em indivíduos com PEA.
Embora pessoas com PEA tenham dificuldades para perceber e expressar sentimentos através de expressões faciais, elas processam emoções musicais de maneira semelhante a indivíduos neurotípicos. Além disso, apresentam maior facilidade para memorizar alturas sonoras, o que reforça o uso terapêutico da música. Neurónios espelho, associados à imitação e memória musical, permitem que a música ative áreas cerebrais prejudicadas, ajudando na reabilitação de algumas funções.
Em resumo, a música pode ser uma ferramenta poderosa para estimular habilidades sociais e emocionais em indivíduos com PEA, conforme evidenciado por estudos em musicoterapia.