Através do brincar a criança transmite e comunica experiências, desejos, pensamentos e emoções. O brincar torna-se numa excelente ferramenta para os terapeutas usarem enquanto observam, avaliam ou intervêm com a criança.
Atualmente, o brincar deve ser visto não apenas como um método terapêutico, mas como um objetivo a ser alcançado como um fim em si (Ferland, 1997). O brincar dá significado e estrutura à intervenção, e a interação lúdica entre terapeuta e criança pode levar a uma maior expressão de alegria e sucesso por parte da criança…
Segundo a AOTA (American Occupational Therapy Association), o ato de brincar é uma ferramenta importante que influencia a vida de uma criança. Os principais objetivos da infância são crescer, aprender e brincar. Muitas vezes é através do brincar que as crianças aprendem o sentido do mundo à sua volta. A criança ao brincar, desenvolve a coordenação física, maturidade emocional, competências sociais para interagir com outras crianças, e a autoconfiança para experimentar coisas novas e explorar novos ambientes.
Brincar é, na verdade, algo muito sério! Na sessão de Terapia Ocupacional as crianças brincam, exploram e experimentam, por outro lado, os TO’s atribuem significado à forma como a criança interage, com age, como se movimenta, como faz as suas escolhas, como se relaciona, etc. Desta forma podemos dizer que para os TO’s, o brincar é uma das suas principais ferramentas, sempre com os objetivos terapêuticos bem presentes e com o foco dos interesses e individualidade de cada criança
O terapeuta não só brinca, mas também:
Então, NÃO, não estiveram apenas a brincar, a criança envolveu-se, interagiu, conversou, explorou, imaginou, descobriu competências fundamentais para o seu desenvolvimento.
O brincar é composto por uma variedade de comportamentos que promovem a integração sensorial, que sustenta o desenvolvimento do pensamento e de competências mais complexas. O impulso para obter experiências sensoriais táteis, vestibulares, auditivas e/ou visuais domina os comportamentos de brincar dos bebés, que passam grande parte do tempo em que estão acordados interessados em experiências sensoriais novas e prazerosas, às quais vão dando gradualmente significado (Serrano, 2024)
A combinação de todos os sistemas (sensoriais, motores, perceptivos, linguagem, etc.) é evidente na capacidade de atenção da criança, de criar conceitos sobre tudo o que a rodeia, de memória e de resolução de problemas, que são parte integrante do brincar (Serrano, 2024).