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Musicoterapia e a Importância da Música no Desenvolvimento

Catarina da Isabel • 13 de julho de 2023

O que é a Musicoterapia?

A Musicoterapia é uma terapia de intervenção que recorre à utilização da música num contexto clínico, educacional e/ou social com o objetivo de ajudar os utentes que possuem dificuldades educacionais, sociais, comunicativas, emocionais, comportamentais e/ou fisiológicas.

Pode ser dirigida a pessoas de todas as idades e níveis de funcionalidade. Estas intervenções musicais que ocorrem entre terapeuta e cliente têm como suporte a relação terapêutica que se estabelece entre ambos e a música como elemento central neste processo.


A Musicoterapia é uma forma de interação positiva e vai de encontro à identidade sonoro-musical do paciente, ou seja, vai de encontro às suas preferências musicais e instrumentais de modo a trabalhar competências não-musicais.


A influência da música no comportamento do homem é conhecida desde a Antiguidade e foi tema de reflexão nas obras de vários filósofos gregos. Aristóteles e Platão defendiam que a música provocava reações neurológicas e emocionais nos recetores. Foram muitos os pensadores que seguiram estes princípios ao longo da história, atribuindo à música outros benefícios, para além do seu cariz religioso e de entretenimento.


O uso da música como ferramenta terapêutica só foi iniciado, de forma concreta, depois da II Guerra Mundial, com experiências realizadas em contexto hospitalar nos Estados Unidos com os veteranos de guerra diagnosticados com pós-stress traumático, que evidenciaram melhorias significativas relativamente a à sua sintomatologia física e psíquica.

A descoberta de uma disciplina que utilizava, com sucesso, o som para fins profiláticos e terapêuticos teve um grande impacto na comunidade científica e concluiu-se que era necessário investir em pesquisas e, posteriormente, na profissionalização. Assim, surge em 1944, na Michigan State University, o primeiro curso universitário de musicoterapia.


O interesse no campo da musicoterapia em Portugal remonta a 1960, quando um grupo de profissionais da área da educação musical começou a usar a música de uma forma terapêutica nos seus locais de trabalho. Em 1996 foi criada a Associação Portuguesa de Musicoterapia e em 2009, a Universidade Lusíada de Lisboa iniciou um programa de mestrado em Musicoterapia.


A MÚSICA NO DESENVOLVIMENTO

A Musicoterapia objetiva desenvolver potenciais e/ou restabelecer funções do indivíduo para que ele/ela possa alcançar uma melhor integração intra e/ou interpessoal e, consequentemente, uma melhor qualidade de vida, através da prevenção, reabilitação ou tratamento.


O musicoterapeuta não é um músico ou um professor é um terapeuta com formação, prática clínica e supervisão em

musicoterapia. O seu principal objetivo é facilitar o desenvolvimento e o funcionamento da criança ou adulto, trabalhando as

perturbações específicas de cada um e não com o objetivo de “distrair”.


Sabia que...?

  • Estudos recentes revelam que fazer música provoca melhorias nas capacidades espacio-temporais, linguísticas e no controlo de impulsos em crianças e adolescentes. A música acelera o desenvolvimento neuronal e melhora a consciência dos sons da fala (consciência fonológica);
  • Atividades lúdicas musicais frequentes têm influência positiva em aspetos sociais, emocionais e cognitivos. Estas atividades têm influência significativa no desenvolvimento do vocabulário, cálculo, atenção, regulação emocional e habilidades pró-sociais;
  • Uma pesquisa recente revelou que a experiência musical melhora o processamento cerebral dos bebés, tanto o processamento de sons musicais como de novos sons da fala (no córtex pré-frontal e no córtex auditivo), melhora os padrões de detecção e previsão de padrões auditivos, competências importantes para a música e para a linguagem. Tal como a música, a linguagem tem fortes padrões rítmicos e o “tempo” das sílabas ajuda os ouvintes a definir um som da fala do outro e entender o que alguém está a dizer. E é a capacidade de identificar diferenças entre sons da fala que desenvolve a sua aprendizagem;
  • Um novo estudo descobriu que o cérebro humano contém um conjunto de células nervosas que são dedicadas a processar o som da música, o que revela a importância evolutiva da música sobre os seres humanos. A descoberta contradiz a teoria amplamente aceite de que a apreciação musical é apenas um subproduto da nossa capacidade humana de ouvir e distinguir sons;
  • Outra pesquisa descobriu que o corpo caloso - a tira de tecido que liga o hemisfério esquerdo e direito do cérebro - também é maior em músicos! Mais um ponto a favor da experiência musical!

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