A PEA deve ser encarada como uma perturbação que se caracteriza por um contínuo, entre o nível mais grave e o nível mais ligeiro, e será esse nível que irá determinar a necessidade de apoio e intervenção. Contudo, por se tratar de uma perturbação crónica que impacta o desenvolvimento da criança, o seu diagnóstico deve ser feito o mais cedo possível para que a intervenção seja iniciada o quanto antes.
Alguns sinais de alerta:
Falso. O diagnóstico requer uma avaliação multidimensional que caracterize a criança na sua esfera de comunicação, interação social e comportamental. Embora estejam descritas algumas características comuns em crianças com PEA, esta manifesta-se forma idiossincrática e cada criança terá as suas características, exigindo uma avaliação cuidadosa e rigorosa.
Falso. Atendendo sempre ao nível de gravidade e às características e cada indivíduo, é possível que uma pessoa com PEA desenvolva uma vida independente e estável do ponto de vista individual, relacional e profissional. Com uma intervenção precoce e eficaz de uma equipa multidisciplinar, é possível desenvolver competências e estratégias que permitam a sua independência.
Verdadeiro. As primeiras manifestações frequentemente envolvem o atraso no desenvolvimento da linguagem, a ausência de interação social e/ou padrões incomuns ao nível da comunicação, e surgem, habitualmente, depois dos 12 meses. Contudo, algumas características podem ser visíveis ainda antes desse marco, sendo um indicador de maior gravidade no espetro; também é possível que uma criança tenha um desenvolvimento normativo até aos 24 meses e só depois apresente alguns retrocessos.
Verdadeiro. Evidências científicas mostram que a PEA é quatro vezes mais diagnosticada em crianças do sexo masculino. No entanto, a gravidade do espetro tende a ser maior em crianças do sexo feminino.
Falso. A PEA é sim uma condição do neurodesenvolvimento da criança e tem impacto na forma como esta se percepciona e relaciona com o meio.
Verdadeiro. Contudo, as intervenções disponíveis hoje em dia para a PEA revelam bom prognóstico e resultados significativos na melhoria da qualidade de vida das crianças. A intervenção será mais eficaz quanto mais precocemente tiver início, pelo que é importante estar alerta às características desta perturbação para que o diagnóstico seja feito atempadamente.
Em suma, a compreensão, aceitação e apoio contínuo são fundamentais para construirmos uma sociedade mais inclusiva e acolhedora para todas as pessoas que vivem no espetro do autismo.